Para
começarmos as postagem sobre os patês que utilizamos no nosso projeto, iniciaremos com uma apresentação geral de composições particulares. Veja a seguir.
DIETA
P1
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GRAMAS
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INGREDIENTES
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50
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Filé
de Pescada
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50
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Camarão
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50
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Lula
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50
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Mexilhão
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50
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Vieira
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24
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Gelatina
sem sabor
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1
maço
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Espinafre
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50
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Coração
de Frango
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50
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Ração
Industrial, TETRA
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DIETA
P2
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GRAMAS
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INGREDIENTES
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120
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Filé de Pescada
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30
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Camarão
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30
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Lula
|
30
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Mexilhão
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1
colher
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Complexo
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24
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Gelatina sem sabor
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1
folha
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Alga Nori
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DIETA
P3
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GRAMAS
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INGREDIENTES
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100
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Filé de Pescada
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30
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Camarão
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30
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Lula
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10
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Cyclope eeze
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10
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Spirulina
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24
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Gelatina sem sabor
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30
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Coração de Frango
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Com essas três dietas é possível notar a variedade de
ingredientes disponíveis para a alimentação de peixes ornamentais. Observe que nas
tabelas há alimentos de origem natural(carnes frescas, vegetais folhosos e
alimentos liofilizados) e também industrial
nas composições de nossos patês, além claro, da gelatina sem sabor, que é utilizada para dar a consistência a cada um destes alimentos, permitindo que não se desmanchem facilmente.
Patês congelados(da esquerda para direita): P1, P2 e P3.
Da esquerda para direita: 1 cubo de patê P1, dois cubos do patê P2 e 1 cubo do patê P3.
Patês P1, P2,P3(esquerda pra direita) em suas formas descongeladas
Da esquerda para direita: 1 cubo de patê P1, dois cubos do patê P2 e 1 cubo do patê P3.
Patês P1, P2,P3(esquerda pra direita) em suas formas descongeladas
Filé de pescado, camarão e lula, utilizados em todos os três
patês, são fontes de proteína altamente assimilável e também de lipídeos. Além
disso o carotenoide astaxantina, responsável pela coloração avermelhada em peixes, se
encontra em proporções consideráveis nestes frutos do mar, o que é desejado para
uma melhor aparência nos peixes palhaços e também, como nosso objetivo é a reprodução, na qualidade dos ovos.
A seguir, serão comentados os ingredientes particulares de cada patê.
A seguir, serão comentados os ingredientes particulares de cada patê.
PATÊ P1
Como é possível notar na tabela sobre a composição deste alimento, optamos pelo uso de um ingrediente de origem vegetal neste patê, uma vez que hoje são discutidas a implantação destes alimentos nas dietas
de peixes ornamentais. Segundo GUERREIRO, os custos com alimentos de origem
animal são bastante elevados, o que torna importante o uso de outras
alternativas para peixes palhaços. Vegetais são boa fonte de fibras(atuantes
na digestão), carboidratos(que começaram a ser mais utilizados na alimentação de peixes, mas ainda necessitam de estudos sobre os efeitos) e também de
algumas vitaminas.
Já o mexilhão, um molusco muito utilizado na alimentação de peixes, e a vieira, um molusco bastante utilizado em alimentos mais refinados(já que seu custo é bem "salgadinho"), foram inseridos exclusivamente neste patê por serem fontes de proteína e também de vitaminas. Apresentam uma porcentagem baixa de gordura, mas uma quantidade razoável de ácidos graxos essenciais em suas composições. Além disso, ambos moluscos são ricos em um mineral chamado selênio, que atua conjuntamente com a vitamina E sobre os danosos radicais livres, estes que são resultados de um processo de oxidação de ácidos graxos, o qual causa danos a célula animal. Selênio e vitamina E são também importantes na reprodução pois colaboram para que a espermatogênese e fertilização ocorram, uma vez que impedem que os lipídeos dos organismos animais sejam "atacados" pelos mesmos radicais livres.
A ração industrial utilizada neste patê, foi misturada com o intuito de ser dado aos animais um maior balanceamento de nutrientes enquanto o coração de frango, por sua vez, foi colocado como uma fonte de gordura para essa dieta.
A consistência do patê, como pode se observada na foto inicial, não é nem muito pastosa e nem muito líquida. Às vezes, ao descongelarmos um cubo utilizado no dia, precisávamos de um pouco de aplicação de água neste patê, pois as partículas ficavam bem sólidas no descongelamento, sendo que sempre haviam algumas bem grandes que eram quebradas com um pouco de esforço por parte dos peixes.
A coloração avermelhada(que facilitou na limpeza nos aquários, uma vez que eles eram escuros) é devido a presença da ração de cor avermelhada, o que acabou dando essa tonalidade ao batermos no liquidificador.
A fórmula deste patê é atribuída ao Cássio Ramos, o primeiro criador de peixe palhaço no Brasil.
PATÊ P2
A diferença desta dieta está relacionada a presença de alga nori(aquela mesma utilizada na culinária japonesa) e do complexo vitamínico.
A alga nori, que foi a grande responsável pela coloração esverdeada deste patê, é riquíssima em proteína e por isso seu uso com outros ingredientes no patê, já que proteína é muito importante para os peixes palhaços.
O complexo vitamínico foi escolhido pela necessidade de seu suplemento, pois, por mais que as fontes utilizadas nesse patê possuam vitaminas, ainda há a necessidade de adição.
Em relação a consistência do alimento P2, pode-se dizer que de todos ele foi um dos que melhor se apresentou entre os três patês utilizados. Ao contato com a água, ele se quebra com muita facilidade, porém, por essa razão, é preciso certo cuidado em sua oferta, uma vez que sua quebra espalha bastante as partículas, que são facilmente ingeridas pelos peixes palhaços. Assim, muitos resíduos provenientes deste patê foram observados durante a limpeza dos aquários, o que não é muito desejado.
Restos de comida tirados dos aquários. Observe que há vários resíduos verdes, proveniente principalmente do patê P2.
PATÊ P3
A particularidade deste patê está na presença da alga spirulina e do alimento liofilizado, chamado Cyclop-Eeze(aquele mesmo que demorou para chegar até nós).
A spirulina é uma microalga que serve como ótima fonte de proteína, apresentando também muitos aminoácidos essenciais em concentrações adequadas. Essa também é rica em carboidratos,vitaminas e minerais, além de ter boa concentração de lipídeos. Para o experimento, a compramos na forma de pó.
Spirulina em pó
O Cyclop-Eeze é um alimento composto por micro-crustáceos criados no Ártico que passaram por um processo de liofilização, ou seja, foram desidratados a uma baixa temperatura, não perdendo então suas propriedades naturais. Esse processo de liofilização é interessante em termos de conservação do alimento, uma vez que assim que este tiver contato com a água ele volta a sua forma natural. Por essa razão, associada a qualidade nutricional excelente do produto(quantidade alta de ácidos graxos essenciais, astaxantina, proteína, etc.) o produto foi incluído no patê P3.
Em relação a consistência, podemos dizer que o patê P3 foi o que mais deixou a desejar. Ele ficou extremamente pastoso e se dissolveu muito na água, em alguns casos quase sumindo antes que os peixes se alimentassem. Por essa razão, algumas vezes tivemos que oferecer este alimento em maiores quantidades, o que só não foi um problema maior no experimento pois já estávamos ofertando alimento livremente(sem medidas exatas).
A coloração deste patê é resultado da spirulina, que apresenta uma coloração verde bastante forte.
REFERÊNCIAS:
* GUERREIRO, Jussara de Almeida. REPRODUÇÃO DE Amphiprion ocellaris (Cuvier, 1830) ALIMENTADOS COM FARINHA DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES. Engenheira de Pesca Universidade Federal do Ceará, 1983.
*http://www.protegeoqueebom.pt/2010/02/18/as-propriedades-do-marisco/
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